Enquanto tentam reconstruir o quebra-cabeças que culminou no massacre ocorrido em Paris na última sexta-feira, 13, autoridades se atentam para a possibilidade de que os terroristas tenham planejado seus atos usando a rede da Sony através do PlayStation 4.
Já no dia seguinte aos ataques que deixaram 129 mortos e mais de 300 feridos na capital francesa, surgiu a informação de que durante a caça aos responsáveis foi encontrada ao menos uma unidade do console em posse de pessoas possivelmente ligadas aos terroristas, segundo informa a Forbes.
O PS4 foi achado próximo a Bruxelas, capital da Bélgica, que nos últimos anos se tornou um dos países europeus mais ativos quanto à questão do Estado Islâmico (EI). Coincidentemente, na mesma semana em que ocorreram os ataques parisienses o ministro do Interior belga, Jan Jambon, havia participado de um evento no qual falou sobre o uso PS4 por essas pessoas.
“O PlayStation 4 é ainda mais difícil de ser mantido sob observação do que o WhatsApp”, afirmou Jambon, segundo reporta o The Bulletin.
O PS4 é hoje o console mais popular do mundo e a PlayStation Network, que permite a comunicação entre os jogadores, possui mais de 110 milhões de usuários - com pelo menos 65 milhões deles em atividade. A rede oferece uma série de possibilidades de conversação aos usuários, incluindo voz, texto, imagens e outras tão criativas quanto secretas.
A preocupação quanto a essas possibilidades veio à tona em 2013, quando Edward Snowden vazou informações sobre os esquemas de vigilância americana. Parte dos documentos informava que agentes da CIA e da Agência de Segurança Nacional (NSA) mantinham avatares em jogos como World of Warcraft para se infiltrar em reuniões terroristas.
E, como ressalta a Forbes, essa é apenas uma das formas mais óbvias de se comunicar num ambiente desses.
Integrantes do EI poderiam escrever planos e instruções em moedas do Super Mario Maker, por exemplo, e entregá-las de forma privada aos comparsas. Ou então, numa partida multiplayer de Call of Duty, seria possível conversar escrevendo letras com balas nos muros - como as marcas de tiro desaparecem sozinhas, ninguém mais descobriria.