A volta do 'Corujão': jovens varam madrugada jogando "CS" em São Paulo



Fazia frio e garoava na noite do sábado, 16 de janeiro, mas isso não foi suficiente para afastar os jovens que chegavam em um galpão na Mooca, tradicional bairro paulistano para passar a noite jogando "Counter-Strike: Global Offensive". Era o retorno do "Corujão", evento muito popular no boom das lan houses nos anos 2000, quando estes estabelecimentos abriam as portas para seus frequentadores jogarem a noite inteira. 
Para quem olha do lado de fora, o galpão onde fica a MAX 5 parece um armazém como qualquer quer outro e nem dá sinais de que ali se encontrava esse "centro de diversões", como os proprietários chamam o local. O "Corujão Mix" atraiu a atenção de dezenas de jovens que estavam querendo companhia para jogar "Counter-Strike" e fazer novas amizades.
"Tem pessoas que estão com o time formado por que eu apresentei os caras", conta Leandro "Lelê" Braga, 26 anos, que é um frequentador assíduo de corujões. Para passar a noite jogando com a galera, "Lelê" já viajou para diversas cidades do Brasil, de Osasco ao Rio de Janeiro. Ele conta que até passou noites especiais longe da família para curtir com os amigos de Lan House. "A gente fazia eventos até no Natal – uma coisa absurda", conta.
Assim como a Inferno Online, a maior Lan House do mundo, jogadores profissionais também se encontram para jogar com fãs e amigos. "Eu conheço [as pessoas] e ganho um pouco de experiência", conta Marcelo "Chello" Cespedes, jogador profissional de "Counter-Strike" da Gathers. Segundo ele, esse tempo com a galera na Lan é importante para um jogador profissional, pois sempre existe uma chance de aprendizado. "Eu já conheço bastante do jogo e sim, eu aprendo com a galera, mas eles aprendem muito mais com a gente".
Rodrigo Guerra/UOL
Passar a noite jogando com os amigos voltou a ser uma alternativa para os jogadores de São Paulo
O ambiente respira eSport e também pode ser usado como local de treinamento para os jogadores, como é o caso do Wilson "Wilzão" Gomes da Keyd Fury, que usa a MAX 5 como local de treinamento e encontro com seus colegas de time. Entretanto o principal motivo para ele passar um corujão é encontrar com os fãs do game "A gente vem pra reunir a galera, levantar a comunidade, igual era com o 1.6. A gente quer trazer aquela galera que lotava as lan house para fazer isso aqui", conta.
Os jogadores "casuais" de "Counter-Strike" vão ali para encontrar com amigos que se conheciam apenas no mundo online, como foi o que aconteceu com Ester Souza (19). "Eu estava jogando esse mês inteiro de férias com o pessoal que eu nem conhecia pessoalmente. Hoje estava muito chato porque estavam todos aqui. Foi então que eles disseram 'cola aqui'. Eu vim e conheci os quatro e foi uma surpresa, pois eu imaginava eles de outro jeito... a personalidade deles [no chat] é outra coisa, diferente de quando você vê a cara deles".
Um corujão é exatamente isso: jogar até o dia raiar - como muitos fazem em seu dia-a-dia, só que ao lado de amigos em um mesmo lugar. Inclusive um dos sócios teve que entrar para a brincadeira quando as portas se fecharam, por volta da meia-noite. Para manter a segurança do local, existem câmeras de vigilância e vigias particulares.
Entre uma partida e outra a galera se reúne para traçar novas estratégias e até mudar de time. Alguns começam a ficar cansados e vão pegando mais leve, outros já ficam com pique conforme vão ganhando.
Via: UOLJOGOS
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